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A cidade de Hortolândia, no interior de São Paulo, foi destaque no evento do Instituto Trata Brasil, “Casos de Sucesso em Saneamento Básico – Municípios e Agências Reguladoras 2019”, pelo desempenho positivo nos indicadores de atendimento de coleta de esgoto

Atualmente, a cidade abastece 100% da população. 96,4% dos habitantes têm coleta dos esgotos e 89,7% do volume do esgoto gerado é tratado.

Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), plataforma de indicadores do Ministério do Desenvolvimento Regional, mostram a seguinte série histórica do município: 

Ano Indicador de atendimento total de água (%)Indicador de atendimento total de esgoto (%)Indicador de Esgoto Tratado por água consumida (%)
201499,999,882
201510010082,5
201610099,496,9
201710099,296,3
201810099,596,3
201910099,796,4
202010096,489,7


O INSTITUTO TRATA BRASIL ENTREVISTOU A COMPANHIANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, SABESP, RESPONSÁVEL PELOS SERVIÇOS NO MUNICÍPIO. LEIA NA ÍNTEGRA:

Que esforços você destacaria como fatores mais importantes na gestão do saneamento local e que fizeram com que se chegasse a esta posição tão boa?
Quando a Sabesp assumiu a operação dos sistemas de saneamento em 1997, o município de Hortolândia sofria com desabastecimento e pouco tratava os esgotos gerados. Ao longo desses 24 anos, o trabalho incansável da Sabesp, a parceira com a Prefeitura e a busca por melhoria contínua dos sistemas existentes levaram a investimentos que ampliaram e adequaram a estação de tratamento de água, redes de abastecimento de água, implantação de centros de reservação e de todo o sistema de coleta, afastamento e tratamento de esgoto.

Quais desafios e problemas vocês enfrentaram para a melhoria do saneamento básico da cidade? Como resolveram para chegar nos indicadores atuais?
Os mananciais que estão no município não possuem disponibilidade hídrica para garantir a demanda dos munícipes de Hortolândia. Assim, um dos mais emblemáticos desafios enfrentados pela Sabesp foi o de ir buscar água num manancial que dista pouco mais de 20 km do município para garantir o abastecimento da população.

Para o sistema de esgotamento, os desafios estiveram ligados à complexidade do caso de Hortolândia. Enquanto eram implantados a estação de tratamento e os coletores-tronco, foram reabilitados mais de 200 mil metros de rede coletora seca, ou seja, redes que tinham sido instaladas previamente, mas que não estavam em uso. Essa operação, especificamente, é muito mais trabalhosa do que a implantação de uma tubulação nova. Em outra frente, com a parceria da Vigilância Sanitária Municipal, tivemos de regularizar as condições de boa parte das vielas sanitárias, ocupadas por edificações. Dessa forma, em seguida à instalação de toda a infraestrutura de redes coletoras, partiu-se para realizar as quase 70 mil ligações domiciliares. Tudo isso em pouco mais de 10 anos.
Mas os desafios são constantes. Hoje, a questão é o atendimento de imóveis com soleira negativa.

Investimentos sem uma boa gestão não trazem resultados. E o oposto? É possível ter sucesso com pouco recurso financeiro?
O recurso para o saneamento sempre é escasso. E, mesmo não sendo uma tarefa simples, para que seja possível “fazer mais com menos”, há necessidade de planejamento de ações, otimização de recursos disponíveis, vislumbrar oportunidades, buscar alternativas sem que se tenha perdas de qualidade e eficiência, com ganho de tempo e resultados.

Que conselhos vocês dariam aos gestores e empresas operadoras de outras cidades para que consigam melhorar os indicadores de saneamento?
Apesar da dificuldade de dar conselhos sem que se saiba dos reais problemas, a sugestão seria que os gestores olhassem o macro e dedicassem um período para fazer um bom planejamento para o sistema, já alinhado com as perspectivas de crescimento do município.