
Já sabendo da atual situação do país no setor de saneamento básico, no texto do blog de hoje falaremos um pouco mais sobre os dois principais setores que sofrem com as consequências que a falta de saneamento gera: Educação e Saúde.
Uma das principais consequências da precariedade dos serviços de água e esgoto é o impacto na educação dos brasileiros. De acordo com dados do Painel Saneamento Brasil, plataforma de informações do Instituto Trata Brasil, há disparidade no que diz respeito aos anos de escolaridade das pessoas com saneamento básico e os que residem em locais sem acesso aos mesmos serviços. No Brasil, a diferença em anos de educação formal de uma pessoa que habita uma residência com saneamento básico para um sem esses recursos é cerca de 4,1 anos. Ao compararmos os anos formais de educação dos anos de 2010 até 2018, vemos que a escolaridade da população sem saneamento continua sendo sempre em média 4 anos a menos da população com esses recursos básicos em casa.
A falta de abastecimento de água e serviços de esgotamento sanitário afeta os anos de educação da população brasileira, interferindo em seu futuro profissional. Entretanto, não é só a educação que é afetada, milhões de pessoas residem em lares sem condições básicas de saneamento, ficando sujeitas a diversas contaminações e outras doenças que interferem em sua saúde.
Dados também retirados do Painel Saneamento Brasil mostram que durante o período de 2010 a 2018, a falta de saneamento impactou muito na saúde da população, ocorrendo diversos casos de doenças por veiculação hídrica. Em 2018 foram registradas 233.880 internações relacionas a falta de água tratada e contato com esgoto a céu aberto. Ao olharmos para os anos anteriores, vemos que houve uma diminuição de casos, entretanto, ainda não é suficiente para um período de 8 anos, ainda mais por apresentar uma solução teoricamente simples para a situação, investir em saneamento básico.
Os 233.880 casos de doenças por veiculação hídrica no decorrer de um ano assomado à falta de melhoras no setor de saneamento do país resultaram em óbitos. Só no ano de 2018 foram registrados 2.180 óbitos e R$ 90 mil gastos com tratamento hospitalar decorrentes dessas doenças no Brasil.
O Brasil está em um caminho negativo quando falamos em saúde e educação, e os números de 2010 a 2018 já evidenciaram que a falta de investimento em saneamento básico tende a aumentar os casos de doenças por veiculação hídrica no país, assim como a diferença de anos letivos. O país deve aumentar os investimentos em saneamento básico, buscando sempre a universalização, e por consequência, além de melhorar os serviços de água e esgoto, possa também aumentar a média de anos formais de educação e melhorar a saúde dos brasileiros.
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